Frederic Bazille

“COLEÇÃO CEPROVI PARA LEILÃO”

AUTENTICIDADE (COA – CERTIFICATE OF AUTHENTICITY)

ORIGEM

AVALIAÇÃO.

 

 

FRÉDÉRIC BAZILLE (FRANÇA 1841-1870) O.S.TELA -78X67 CM

 

 

SUMARIO

INTRODUÇÃO ………………………………………………………………………………………………..01

RESUMO DA BIOGRAFIA DO PINTOR ……………………………………………………………02

ANALISE DA OBRA ………………………………………………………………………………………..03

PESQUISA DE VENDA E FONTES DE PESQUISA …………………………………………….04

CONCLUSÃO DA AVALIAÇÃO ………………………………………………………………………05

CURRICULUM DO AVALIADOR………………………………………………….06

ANEXOS…………………………………………………………………………………..07

1-   INTRODUÇÃO

 

Trata-se o presente de trabalho “Pró Bono” para análise da autenticidade e avaliação de 9(nove) obras de arte da denominada “coleção ceprovi para leilão”.

Em entrevista com o proprietário, constatou-se que as obras indicadas pertenciam a coleção privada de família tradicional de São Paulo, ficando sob seu domínio até sua aquisição pelo proprietário atual.

Realmente menciono que que em caso de coleções particulares, em que as obras estão no domínio de famílias por tempos, e que muitas vezes foram doadas informalmente pelos próprios autores dos trabalhos ou colecionadores, não é costumeira a busca e guarda de certificados, mas quando da eventual comercialização, é recomendável essa prática, fatos que devem ser considerados na presente avaliação apenas por mera argumentação.

No presente trabalho será considerado para segmentação de ‘período criativo’  o seguinte esquema: a) "Velhos Mestres" – obras de artistas nascidos antes de 1759; b) "Século XIX" – obras de artistas nascidos entre 1760 e 1859;c) “Arte Moderna” – obras de artistas nascidos entre 1860 e 1919;d)"Arte do pós-guerra" – obras de artistas nascidos entre 1920 e 1944;d)“Arte Contemporânea” – obras de artistas nascidos após 1945; e) Século XIX e Arte Moderna: artistas nascidos de 1760 a 1920.

Menciona-se que as obras-primas do século XIX e da primeira metade do século XX são mercadorias cada vez mais raras; mas quando surge a oportunidade, os colecionadores estão dispostos a pagar preços altos para adquiri-los. Experimentando um claro desequilíbrio entre oferta e demanda, a falta de peças excepcionais de Picasso ou Modigliani – as duas assinaturas que alcançaram resultados acima dos US $ 100 milhões em 2018 – teve um efeito geralmente amortecedor sobre as vendas. Apenas uma pintura de Claude MONET (1840-1926) ultrapassou o limite de US $ 100 milhões.

O "pai" da arte moderna, Paul Cézanne, o "inventor" da abstração Wassily Kandinsky, o mestre surrealista René Magritte, ou mesmo o principal futurista, Umberto Boccioni, foram apenas algumas das figuras-chave da arte ocidental que obtiveram excelentes resultados em 2019, gerando ganhos de capital substanciais e estabelecendo novos recordes, mas também refletindo um interesse crescente em obras consideradas “atrasadas”…

 

 

 

 

Na ausência de obras-primas dos períodos Azul, Rosa, Cubista ou 1930, os trabalhos posteriores de  Pablo PICASSO (1881-1973) suscitaram considerável interesse dos colecionadores. A Sotheby’s se beneficiou disso com a venda de Femme au chien , um retrato de Jacqueline Roque, pintado em 1962. O trabalho dobrou sua baixa estimativa para alcançar US $ 55 milhões, um recorde para o Picasso dos anos 60, mas uma evolução natural para o mundo mais influenciado. artista de demanda (com 3.200 lotes vendidos em 2019).

A longo prazo, a acumulação de valor do trabalho de Pablo Picasso tem sido excepcionalmente sólida. O preço de seu  Femme dans un fauteuil (Françoise) aumentou US $ 10 milhões entre 2000 (US $ 3,3 milhões) e 2019 (US $ 13,3 milhões).

Da mesma forma, com relação a  Paul CÉZANNE (1839-1906), cuja chaleira com frutas (1888-1890) dobrou de valor em apenas 20 anos, passando de US $ 29 milhões em 1999 para US $ 59 milhões no ano passado.

O melhor resultado do leilão de arte do ano premiou uma pintura impressionista de Claude Monet, vendida por US $ 111 milhões na Sotheby’s, em Nova York. Desde sua última aparição em leilão em 1986 (quando alcançou US $ 2,5 milhões), a excelente  pintura de Meules (datada de 1890) multiplicou seu valor em nada menos que 44 vezes.

O resultado não foi apenas um recorde para Monet, foi um novo recorde para todo o movimento impressionista e representou o 10º melhor leilão de arte de todos os tempos.

A venda coroou um mercado extremamente dinâmico em 2019, com uma taxa não vendida particularmente baixa: menos de uma em cada dez obras de Claude Monet permaneceu não vendida. O valor mais baixo de seu mercado troca desenhos por cerca de US $ 20.000.

Na mesma argumentação de valorização, verifica-se que o vampiro da meia-noite de Nara  (2010) também sugere que o preço de suas grandes pinturas dobrou nos últimos dois anos: US $ 2,2 milhões – 25 de novembro de 2017 – Christie’s, Hong Kong; para US $ 4,7 milhões – 7 de outubro de 2019 – China Guardian, Hong Kong.

Notadamente o método principal para a presente avaliação, decerto será o comparativo de mercado, na estrita obediência à "lei da oferta e procura", e claro se levará em conta a mencionada histórica valorização.

 

 

 

Neste prisma, cabe mencionar que  o mercado estabelece que podem coexistir três preços para a mesma obra de arte: o primeiro é o preço de ateliê, aquele que o marchand ou galerista paga ao artista adquirindo-lhe a obra, para depois revendê-la; o segundo é o preço final, o pago pelo consumidor final, aquele sugerido pelo artista, para a venda dos seus trabalhos nas galerias; e o terceiro é o preço de mercado, aquele que resulta da análise profissional, portanto subjetiva, de um somatório de aspectos diretos e indiretos relacionados àquela obra, chegando a um valor monetário que, geralmente, fica muito próximo à média dos preços alcançados nos leilões de arte, em trabalhos semelhantes do artista.

O mais importante, evidentemente, é a análise sobre o artista, seja no que tange a respeito da oferta e procura dos seus trabalhos, seja na sua importância no cenário artístico, formação profissional, curriculum vitae do artista entre outros requisitos.

Finalmente se fará à análise direta do trabalho, contendo analise da autenticidade (coa); se verificará em seguida se ele está assinado – e bem assinado -, considerando que a ausência ou problemas na assinatura pode desvalorizar a obra em análise, mesmo sendo de inequívoca autenticidade; procedência do quadro, registros fotográficos em livros e catálogos de arte; estado de conservação do trabalho e processos de restauro, de vez que o excesso de restauros ou em sendo localizados em partes fundamentais da pintura, pesam muito desfavoravelmente quando se procura lhe dar um valor monetário; a técnica usada pelo artista, dimensões adequadas ou inadequadas para o tipo de trabalho; tipicidade ou não do tema; se aquela fase do artista é valorizada pelo mercado, independentemente de ser antiga ou atual, já que cada artista tem a sua peculiaridade; se a pintura analisada é importante, em se considerando o cenário político, social e iconográfico da época em que foi executada; a qualidade do material que foi usado e a sua projeção de durabilidade.

Tudo isso tem que ser analisado em confronto com os modismos do mercado e a conjuntura econômica daquele momento – que podem mudar da noite para o dia.

 

2-   RESUMO DA BIOGRAFIA DO PINTOR

 

Entre o grupo principal dos pintores impressionistas há um de seus representantes cujo nome terminou obscurecido em função de sua morte prematura.

Era Frédéric Bazille, artista extremamente promissor que foi um dos tantos soldados franceses abatidos na Batalha de Beaune-la-Rolande, durante a Guerra Franco-Prussiana.

 

 

Membro de uma família protestante de Montpellier, Bazille nasceu há 170 anos, em dezembro de 1841.

Seu pai era um abastado representante da burguesia rural francesa, e o filho desde cedo foi encaminhado para o estudo de medicina.

Já na adolescência, porém, ele inclinou-se para as artes, que desde cedo o interessaram. Ingressou na Escola de Belas artes local e passou a frequentar o estúdio do acadêmico Charles Gleyre.

Um encontro importante em sua juventude foi com o crítico e colecionador de arte, Alfred Bruyas Montpellier, figura de grande importância no movimento artístico francês. Tendo exercido influência sobre o realista Gustave Corbet, ele influenciaria também a jovem geração impressionista.

Este é um dado bastante significativo na relação de continuidade e ruptura que existe entre o realismo e o impressionismo. Além de Montpellier, que passou algo de suas idéias sobre a verdade na arte para a nova geração, o também influente Edouard Manet fora também discípulo de Courbet. A obra de ambos os pintores teria grande impacto sobre a pintura de Bazille.

Pela influência precoce destes artistas, dois dos representantes mais radicais da pintura de sua época, Bazille também não tarda a abandonar o estudo acadêmico para se embrenhar, ao lado de seu amigo, Claude Monet, na floresta de Fontainebleau, ambos buscando pintar diretamente da realidade observada.

Em 1864, estabelecido em Paris, Bazille monta um ateliê, que era então freqüentado por pintores como Boudin e Jongkind. Um ano mais tarde, ele divide um novo ateliê como Monet, que ajuda financeiramente.

A estréia de Bazille no Salão Oficial se dá em 1866, com uma tela convencional e pouco expressiva, Natureza-Morta com Peixes. Este trabalho serve, porém, como demonstração de seu grande domínio da técnica já nestes anos.

A partir deste ano, Bazille passaria a expor anualmente no Salão até o início da guerra, em 1870. Seus melhores trabalhos, no entanto, aqueles que desenvolviam mais acentuadamente as técnicas da nova pintura, não estavam entre as obras aceitas no Salão.

Datam destes quatro anos as melhores pinturas de Bazille, trabalhos que revelam sua rápida evolução no sentido do impressionismo e indicam o grande pintor que ele poderia se tornar caso tivesse vivido mais tempo.

 

 

Destacam-se aí obras como Hospital de Campo Improvisado, de 1865, mostrando Monet acidentado sobre uma cama, ou excelente quadro Reunião Familiar, mostrando um grupo ao terraço de uma residência de campo, obra tida como o mais expressivo exemplo do impressionismo de Bazille.

Merecem destaque ainda suas paisagens marinhas realizadas entre 1867 e 68, ou um belíssimo retrato de Pierre-Auguste Renoir, onde o amigo aparece em uma pose de grande informalidade, totalmente avessa aos cânones da época e uma das marcas distintivas do impressionismo.

A obra Banhistas, de 1869, é um dos melhores exemplos da adaptação dos impressionistas deste tema típico do academicismo e do romantismo francês, com suas cenas classicistas ou orientais.

Nesta tela de Bazille, ele mostra um grupo vulgar de pessoas em trajes contemporâneos divertindo-se em uma tarde ensolarada.

Em Toilet e Depois do Banho, ambas de 1870, Bazzille volta-se para os nus, apresentados também segundo a nova visão destes artistas, abandonando as idealizações buscando retratar as modelos tais quais eram na realidade.

Estas telas finais, ao lado de trabalhos como Louis Auriol Pescando, revelam um artista que estava ingressando em sua fase de maturidade, com uma rápida evolução que acompanhava o desenvolvimento de seus próprios amigos, onde a luz tinha um papel cada vez mais preponderante no tratamento da imagem.

Seu trabalho é encerrado a abruptamente em 1870, quando se inicia a Guerra Franco-Prussiana, resultado da escalada militarista impulsionada por Napoleão III.

A guerra foi lançada por um objetivo especificamente imperialista da burguesia francesa: impedir a unificação alemã e barrar seu desenvolvimento nacional e sua influência crescente sobre a Europa.

Este conflito foi um acontecimento de grande importância na história do impressionismo.

Todos os membros do grupo, de uma forma ou de outra foram envolvidos pela guerra.

Degas, Renoir e Bazille ingressaram no Exército, Cèzanne retirou-se para Provença, e Monet, Sisley e Pissarro partiram para Londres – viagem importante que marcou sua descoberta da obra de Turner, que teria influência marcante no desenvolvimento geral da nova pintura.

Para a França, a guerra foi um desastre completo. As tropas prussianas, mais bem preparadas, derrotaram os franceses em todas as frentes, encerrando a guerra após a esmagadora campanha em Sedan, na qual o próprio Napoleão III caiu prisioneiro nas mãos da Prússia.

Em setembro de 1870 a guerra estava encerrada, mas os conflitos se estenderam ainda durante alguns meses.

Depois de vencer em Sedan, as tropas de Bismarck marcharam em direção a Paris, onde montaram um cerco.

Parte das tropas ainda em campo são mobilizadas para tentar desbaratar o cerco e enfraquecer as posições prussianas.

É neste cenário que dá-se a Batalha de Beaune-la-Rolande, uma das mais vergonhosas da história da França. Nela, um batalhão de 60 mil franceses liderados pelo general Jean-Constant Crouzat deveriam avançar contra as posições prussianas nos arredores de Paris.

Os soldados de Crouzat enfrentam-se em novembro com um exército de apenas nove mil prussianos, e são vergonhosamente derrotados. Estima-se que entre mortos e feridos, a Prússia tenha perdido pouco mais de uma centena de soldados, ao passo que no lado francês, tenha se perdido mais de oito mil homens.

Entre os milhares de mortos, estava também o jovem pintor Frédérick Bazille.

Encerrada a guerra, os artistas franceses retomam suas atividades em Paris. A França, porém, passaria ainda por anos de crise até a estabilização efetiva do regime. A monarquia de Napoleão III tombara na guerra.

Em 1871, o povo em armas proclama a Comuna de Paris, que é violentamente esmagada poucas semanas mais tarde. É montada sobre um enorme aparelho repressivo que será erguida a Terceira República Francesa.

É também sobre este governo que o impressionismo irá se desenvolver plenamente.

A nova pintura seria uma das manifestações desta crise, desenvolvendo-se como uma corrente marginal das artes.

Não é casual, portanto, que o movimento tenha atingido seu momento mais importante nos anos que se seguiram a esta crise, e não antes.

A obra de Bazille, neste sentido, apresenta-se hoje como uma pintura irrealizada, um impressionismo que nunca chegou a florescer plenamente.

 

 

 

3-   ANALISE DA OBRA

 

A obra apresenta desgaste, todavia a pintura não está comprometida, estando preservada, estando no geral em bom estado de conservação, fotografada e certificada pelo leiloeiro.

 

4-      PESQUISA DE VENDA E FONTES DE PESQUISA

 

Menciona-se que devido a diminuição da disponibilidade de obras do período e do artista traz potencial para valorização.

 

Pesquisado leilão:

 

LA COTE DES PEINTRES – 1985 a 2005 fls. 80

https://www.artprice.com

https://pt.slideshare.net/michaelasanda/la-femme-en-rouge48/20

www.akoun.com

 

5-      CONCLUSÃO DA AVALIAÇÃO

 

Em virtude da história da vida e escassez de obras do artista há potencial de valorização nos patamares expostos no presente trabalho.

Nestes termos, feito todas as considerações e metodologia, firmamos a avaliação da presente obra, para o ano de 2020 no valor de USD1.000.000(um milhão de dólares americanos).

 

6-   CURRICULUM DO AVALIADOR

 

Angel Enrique Garrido, argentino, divorciado, jornalista, portador do RNE n. U1020580, inscrito no CPF sob o n. 169.388.126-45, endereço eletrônico: enriquegarrido5@hotmail.com, galerista (galeria Bureau – SP), agente conveniado da Christies e Sothebys, curador ou assessor de diversas exposições realizadas no Brasil e no Exterior ( Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente – exposição de obras de arte da Hebraica – governo do Paraguai, etc. ), certificador de autenticidade de diversas obras de arte de coleção privada ou de galerias no Brasil e no exterior (Paris- França), perito oficial exclusivo registrado no Ministério da Cultura do Paraguai. Realizador da maior venda de obras de arte efetuada no brasil naquela data, negociadas no Banco Piquet na suíça… etc.

 

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